Aramar

Estava sem assunto para escrever aqui, mas hoje logo que recebi o jornal já sabia sobre o que escrever...

Próximo de Sorocaba tem uma cidade que abriga um centro de pesquisas da Marinha conhecido como ARAMAR, eu já o visitei duas vezes e nas duas fiquei super empolgada com o trabalho que eles desenvolvem lá, é um projeto inovador, a construção do submarino nuclear brasileiro, não com intenções de guerrear ou ser uma arma de defesa, mas sim para ser mais uma ferramenta na pesquisa dos mares e oceanos, fiquei muito triste quando soube que o governo Lula tinha resolvido cortar as verbas destinadas a este projeto, mas hoje, ao ler o jornal, soube que o governo resolveu que a ARAMAR é um centro de pesquisas muito importante e vai voltar a investir nele, depois de quase dez anos vegetando, o projeto vai voltar a ativa, e o melhor, irá gerar logo de cara mas 400 vagas de emprego, e isso me deu vontade de escrever.

Não sei se sabem, mas já quis ser fuzileira naval, poder viajar no fundo do mar deve ser fantástico, mas como o serviço militar ainda é algo apenas de homens, não pude me inscrever, não porque fosse proibido, mas sim porque o grande número de fuzileiros é homem, e viver meses trancafiada num submarino só com homens não sairia boa coisa, pelo menos foi o que me disseram quando fui me inscrever, e acredito que seja a verdade, mas isso nunca mudou o que gostaria de ser. Daí depois de conhecer a ARAMAR pensei "poderei servir um dia a Marinha trabalhando aqui". O trabalho deles é demais, muitos mitos surgiram quando se instalaram lá, de que a radiação estava contaminando o rio que corre ao lado e a terra e vegetação também, só que nunca conseguiram provar isso, lá vimos todo o trabalho deles, os laboratórios que coletam amostras da terra e água pelo menos três vezes ao dia e em vários pontos para verificar se há mesmo contaminação, que usam a própria água coletada do rio para manter os aquários que lá estão com várias espécies de peixes, era tudo fantástico, vimos também o tal do reator que geraria a energia para o futuro submarino.

Agora, com a volta do projeto, eles estimam que até 2017 o submarino esteja pronto e na ativa, desbravando os oceanos e quem sabe não sendo mais uma ferramente para a evolução tecnológica do nosso país, já que temos mão de obra mais do que qualificada pra nos tonarmos um país de ponta na pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias mas falta investimento tanto do poder público quanto privado, somos obrigados a exportar essa mão de obra que lá fora vai desenvolver tudo o que poderia ser desenvolvido aqui, para depois importarmos essa tecnologia, isso é triste, eu mesma, a área que pretendo seguir na faculdade que faço não vai me dar condições de sobreviver aqui e se eu quiser realmente segui-la terei de sair do Brasil, e não quero isso, mas se for preciso farei, infelizmente. Quem sabe um dia isso não mude? É o que espero.